quinta-feira, 21 de abril de 2016

Cathedral

Stained Glass Stories (1978)

The Bridge (2007)

EUA
Rock Progressivo
Paul Seal (vocais, percussão, bass pedal), Rudy Perrone (guitarras, violões e vocal - “Stained Glass Stories”), David Doig (guitarras e violões - “The Bridge”), Tom Doncourt (teclados, glockenspiel, percussão e efeitos), Fred Callan (baixo, bass pedal e vocal), e Mercury Caronia IV (bateria e percussão)

Essa postagem é meio que um re-up, porque só um dos dois discos eu já tinha postado aqui (deletado agora), o “The Bridge”; porém, este e “Stained Glass Stories” foram postados pelo meu irmãoSinho Edson d’Aquino, El The La Mota Master, no seu, no meu, no nosso Gravetos & Berlotas. Então, na cara dura, fui lá e surrupiei os ótimos textos do Edson e são as palavras dele que vocês lerão a partir de agora (valeu, bRodão!!!!). Divirtam-se!

Não se pode dizer que 1978 foi um bom ano para os amantes (ou apenas simpatizantes, como eu) do prog rock. O punk havia tomado de assalto corações e mentes de uma nova geração um par de anos antes e, na necessidade de canalização de sua ira, escolheu como seu principal alvo o gênero que impregnara o roquenrou com fortes doses de sofisticação. Pregando o D.I.Y., o movimento tinha como objetivo promover o retorno do rock às suas origens, incluindo aí fortes doses de inconformismo, tão comuns a qualquer jovem e negligenciado pelo cenário um tanto mais erudito do prog. Por conta disso, muitas bandas já apontavam para direções mais pop e que viriam a desembocar, já no início dos '80, no neo prog.
Mas não a nova-iorquina Cathedral, para cujos integrantes o que interessava era o symphonic prog de bandas inglesas do quilate de Genesis, Yes, King Crimson, Gentle Giant, Camel... A lista é longa. E foi na contramão que Paul Seal, Rudy Perrone, Tom Doncourt, Fred Callan e Mercury Caronia IV decidiram remar, devidamente assessorados e financiados por “papa” Mercury Caronia III, que lhes conseguiu ainda um contrato com a nanica Delta Rec., que prensou apenas algumas centenas de cópias, que logo se tornaram sonhos de consumo de colecionadores. E não à toa, pois seu único trabalho, “Stained Glass Stories”, foi um dos últimos grandes suspiros do rock progressivo como o conhecemos, cheio de longas peças/suítes e transbordando criatividade. Um perfeito exemplar de como absorver influências em proveito de encontrar sua própria voz. E para que isto ocorra não basta apenas juntar uma penca de excelentes músicos, deve haver um diferencial. E este tem nome: Rudy Perrone. Responsável por tudo que necessitasse de cordas de aço ou nylon para ser executado (exceto baixo, magistralmente digitado por Fred Callan), Perrone nos proporciona verdadeiras lições de como encontrar, demarcar e dominar seu espaço em arranjos extremamente complexos sem jamais soar desnecessário ou pedante.
Certamente, “Stained Glass Stories” está entre aqueles discos que lamento profundamente não ter conhecido à época de seus lançamentos. E talvez vocês compartilhem desta mesma opinião.

E a saga continua. Longos 30 anos após o lançamento de “Stained Glass Stories”', com quase toda a formação original. O “quase” fica por conta da entrada de David Doig na vaga de Rudy Perrone, hoje um renomado violonista new age vinculado ao selo Windham Hill, ícone do gênero.
O novo integrante não fez feio ao manter o elevadíssimo padrão impresso por seu predecessor naquele primeiro trabalho, o mesmo valendo para todos os demais integrantes, que procuraram ater-se, tanto quanto o possível, a estrutura daquele pequeno clássico cult (além de ainda valer-se dos bons e velhos teclados analógicos, incluindo aí o mellotron) ao mesmo tempo em que temperos mais contemporâneos eram cuidadosamente incorporados. Para tanto, foram necessários mais de três anos entre ensaios e gravações para que “The Bridge” se mostrasse um digno sucessor de “Stained Glass Stories”. Mas o esforço valeu muitíssimo a pena, pois apesar de ressentir-se da aura de surpresa causada na estreia, estão ainda aqui as longas e inspiradíssimas suítes, agora com guitarras timbradas de forma a acrescentar uma muito bem equilibrada dose de século XXI à sonoridade da banda e violões arpejados com diferenciada maestria por Doig. Não à toa, um seu tema solo (“Kithara Interludium”) está entre os melhores momentos do disco em seus mais de 6 minutos de pura delicadeza e virtuosismo perfeitamente dosado.


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9 comentários:

Marcello 'Maddy Lee' disse...


Cathedral

1978 - Stained Glass Stories
https://mega.nz/#!yoMl2LqB!GrnRu2Bkh9k0gRnK_-vbhtLWhrq3CraQMljW1sg5bZU

2007 - The Bridge
https://mega.nz/#!j5NFzaaJ!qY43B2G5U4DjaPjBDTng0GPng1iejbPkXq6yH06x4J0

Gustavo disse...

Velhão,

Só faltou você me contar que tinha este blog maravilhoso....... Como pode???

Já estou fuçando tudo.......!!!!

Um forte abraço!!!!


Gustavo
Nas Ondas da Net

Marcello 'Maddy Lee' disse...

Graaaaaande ProgGus!!
Meu camarada, se não me engano um dos meus primeiros contatos contigo (senão o primeiro) foi justamente quando retornei com o Plano Z, convidando pra aparecer por aqui, mas tudo bem, somos todos mucho locos, mizifio!! rsrsrsrsrsrs
Espero que você encontre coisas interessantes por aqui.
Forte abraço!
Valeu!!!!

Gustavo disse...

Velhão, deve ser o avanço do meu Alzheimer.... não liga.....

Estou curtindo pra caralho o seu o blog.....

Só tem pérolas por aqui e o melhor, a grande maioria são de bandas que eu não conheço.......

Como eu sigo uma linha mais tradicional e um tanto muquirana, giro muito em torno de bandas mais conhecidas, como o Yes, ELP, Genesis, Pink Floyd e cia.....

Nesta postagem com o Cathedral, álbum "Stained Glass Stories", fiz o donwload do álbum, pois já tinha visto a capa desse álbum na Galeria do Rock em Sampa e tinha muita curiosidade em saber como era a música...

Gostei muito do álbum, e com isso a gente vai acumulando novas experiências musicais, saindo do tradicional.....

Ainda vou te pentelhar muito por aqui.....

Um forte abraço

Gustavo

Marcello 'Maddy Lee' disse...

Gustavão, mizifio, quero muito que você pentelho muito por aqui!!! rsrsrsrsrsrsrs
Espero que ache algumas coisas bem interessantes por aqui e que as curta, também.
Se quiser umas dicas é só dizer, mas já começou bem com o Cathedral, porque os dois discos são impecáveis.
Aquele abraço!!!

Prog Rock Society disse...

Cara, essa banda (primeirão em especial) talvez seja a banda de rock progressivo dos Estados Unidos com mais cara de britânica que tem. Confesso que mesmo sabendo da existência, nunca parei pra ouvir seu segundo disco, vou me redimir e comentarei o que achei. Ah sim, meu nome é Tiago, de fato é melhor que chamar de Esquina como comentou rsrs. Abraço.

Marcello 'Maddy Lee' disse...

Faaaaaaaaala, Tiagão, El Progger!!!
De qualquer maneira, sempre rola uns apelidos... rsrsrsrss

Você tem toda razão, o som do Cathedral é bem "british", são poucas as bandas americanas que tem esse "approach", porque eles gostam de fazer as coisas do jeito deles, sacumé, para o bem ou para o mal. Eu achava que Happy The Man também fosse inglês, mas são americanos, dá pra enganar direitim.

Manda ver no The Bridge, mizifio, porque o nível é altíssimo, assim como o primeiro, apesar dos 30 anos de diferença entre ambos.

Abração!!!

Edson d'Aquino disse...

Diiiiiiiiiiiiiiiiga!!!
Brigadúúú por utilizar meu texto e ainda subir novos links para estes discaços de prog, providensiais pra atualizar minha postagem também lá no G&B.
Valeu!
[]ões

Marcello 'Maddy Lee' disse...

Faaaaaaaaaaaaaaala!!!
Acredite ou não, a postagem que fiz aqui do The Bridge é uma das mais acessadas do blog, desde aquela época, mas absolutamente NINGUÉM fez um comentariozinho sequer...
Esses seus textos ficaram imbatíveis e eu estava com um preguiça de escrever... rsrsrsrsrsrsrss
Aproveite mesmo os links.
Abração!!